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Saberes e Ciência se encontram no 'II Festival do Cerrado' em Pirenópolis

'Águas, Culturas e Saberes do Cerrado' é a palestra que abre o evento e será ministrada por Eguimar Felício Chaveiro e Poliene Soares dos Santos Bicalho. Em pauta a relação entre meio ambiente, práticas sociais e conhecimento tradicional.

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Letícia Jury

23 de agosto de 2025

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O Dia Nacional do Cerrado é celebrado em 11 de setembro e, em Pirenópolis, de 3 a 5, a data será marcada por debates, reflexões, apresentação e análise de pesquisas, dados e indicadores. E, mais: por momentos de afirmação, resistência, lutas, saberes e tradições. É a segunda edição do Festival do Cerrado, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (TECCER) da Universidade Estadual de Goiás.

Logo no primeiro dia, a programação abre espaço para um momento de integração entre os participantes, com café e credenciamento, seguido de apresentações culturais e da cerimônia oficial de abertura. A palestra inaugural, 'Águas, Culturas e Saberes do Cerrado', será ministrada por Eguimar Felício Chaveiro e Poliene Soares dos Santos Bicalho, que discutem a relação entre meio ambiente, práticas sociais e conhecimento tradicional.

Poliene Bicalho, pesquisadora que coordena o II Festival, falou ao Baru que a segunda edição do Festival, que acontece na UEG de Pirenópolis, trata-se de uma iniciativa apoiada pela CAPES, mediante participação e conquista do Edital de Fomento PAEP 2025, que se destina a financiar eventos de grande relevância nacional. O Festival receberá palestrantes e conferencistas de diferentes instituições do Brasil, como UFMG, UNESP, UFMT, UFT, UnB, entre outras, além de pesquisadores com abordagens interdisciplinares e disciplinares sobre o Cerrado brasileiro.

Como detalha, haverá também importante presença da comunidade universitária da UEG, com a participação de professores pesquisadores de vários campi e de áreas de formação e programas de pós-graduação da Universidade. “A participação da comunidade em geral, representada por diferentes setores, será marcada pela presença de oficineiros e expositores de arte, artesanato, apresentações culturais e feiras. A presença de povos indígenas e quilombolas do Cerrado é outro destaque no Festival”, acrescentou.

É muito importante que toda a comunidade de alunos e professores da UEG, assim como de escolas públicas e privadas, e outros de diferentes setores da sociedade civil, aproveitem essa oportunidade para saber e conhecer mais sobre o segundo maior bioma do Brasil, para efetivamente entender a importância dele para a vida de todos os seres vivos do planeta, incluindo os humanos”, enfatiza Poliene Bicalho. 

Programação

A pesquisadora e professora do TECCER, Josana de Castro Peixoto, detalha que no primeiro dia do Festival, no período vespertino, o público poderá acompanhar apresentações de trabalhos em três eixos temáticos: dinâmicas territoriais e relações de poder, saberes, sociedade e natureza no Cerrado e patrimônio e expressões culturais. Haverá ainda lançamento de livros e mesas-redondas que discutirão a educação científica, a conservação do bioma, além de debates sobre geopatrimônio e serviços geossistêmicos. Oficinas práticas como Flores dos Pirineus, Grafismos e Saberes Indígenas no Cerrado e o uso de matérias-primas do Cerrado em cosméticos complementam as atividades do dia.

No segundo dia, ela, juntamente com a pesquisadora Joelma Abadia Marciano, traz a palestra Cerrado – Medicina Popular, Saberes e Etnofarmacologia'. “A programação também contará com oficinas sobre o folclore e os saberes indígenas, além de rodas de conversa que discutirão desde a cooperação acadêmica para estudos ambientais até o patrimônio e as religiosidades em Goiás e Tocantins. O encerramento do dia será marcado por apresentações culturais”, diz.

Já no último dia, os debates se intensificam com a roda de conversa 'O Cerrado: impactos ambientais e disputas espaciais' e a palestra 'As águas do Cerrado ao Pantanal: Perspectivas de uma paisagem integrada'. O protagonismo feminino será evidenciado na mesa 'Mulheres Cerradeiras em Territórios plurais: camponesas, indígenas e quilombolas', que reunirá representantes de diferentes comunidades.

Josana Peixoto destaca ainda o espaço para a culinária regional com oficinas de compostagem doméstica, galinhada goiana e quitandas típicas do Cerrado. O evento se encerra com a mesa: 'Por uma abordagem territorial das águas do Cerrado: economia, cultura e a onda devastadora', seguida da cerimônia de encerramento e de um show musical aberto ao público.

O Festival do Cerrado se firma, assim, como um espaço de valorização cultural, científica e comunitária, reforçando a importância de preservar o bioma e de manter vivas as tradições e os saberes que dele fazem parte”, pontua Josana Peixoto. 

 

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