Uma carta assinada por cientistas de diversos países será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes das reuniões climáticas de Bonn, em junho (SB 62), onde serão definidas algumas das principais prioridades para a COP30. O documento pede que ele lidere os esforços globais por uma transição rápida, justa e definitiva para longe dos combustíveis fósseis na COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025. A mensagem destaca o papel estratégico do Brasil na presidência da conferência climática e sua influência como articulador global.
No texto, os pesquisadores afirmam que o aquecimento global ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1,5°C em um único ano, e que os eventos extremos — como ondas de calor, enchentes, queimadas e colapsos agrícolas — se intensificam em todos os continentes, atinge de forma mais dura os países e populações menos responsáveis pela crise climática. Segundo dados recentes do IPCC, a manutenção da dependência global dos combustíveis fósseis compromete o cumprimento do Acordo de Paris, que completa dez anos em 2025.
A carta também aponta que o Brasil tem potencial para se tornar um exemplo global de liderança climática, já que quase 90% de sua matriz elétrica é composta por fontes renováveis. Os cientistas elogiam as riquezas naturais do país — como florestas, rios e biodiversidade — e defendem que a transição energética, além de urgente, pode gerar ganhos sociais, ambientais e econômicos em escala planetária.
Assinada por nomes como o físico brasileiro Paulo Artaxo e a climatologista britânica Friederike Otto, a carta ressalta que as decisões tomadas nos próximos meses serão lembradas pela história como um marco da responsabilidade — ou da omissão — dos líderes globais. “O tempo para uma liderança corajosa, respaldada pela ciência, é agora”, finalizam.