Thais Souza (Especial para o Baru)

A Semeia Cerrado conquistou, nesta quarta-feira (4), o 2º lugar na categoria “Ações pelo Clima” do Prêmio Goiás Sustentável, com o Projeto Águas Cerratenses: semear para brotar. A premiação, promovida pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (SEMAD), reconhece práticas que promovem a sustentabilidade e contribuem para a melhoria da qualidade de vida no estado. 

O projeto executado pela Rede de Sementes do Cerrado (RSC), em parceria com a Semeia Cerrado e a Associação de Coletores Cerrado de Pé (ACP), foi inscrito no prêmio pela empresa goiana Semeia Cerrado, responsável pela execução técnica da iniciativa. Com foco na restauração ecológica do Cerrado, o Águas Cerratenses recuperou 600 hectares de áreas degradadas, por meio do uso de sementes nativas coletadas por comunidades locais. Além disso, o projeto fortaleceu a cadeia de produção de sementes de base comunitária, promovendo geração de renda, engajamento social e sensibilização de proprietários rurais sobre a importância da conservação do bioma, além de ações de educação ambiental.

Para Anabele Gomes, presidente da RSC, esta premiação é um reconhecimento que orgulha e reforça o compromisso da Rede de Sementes do Cerrado com a restauração ecológica e o fortalecimento das comunidades que vivem e cuidam do bioma. “O Projeto Águas Cerratenses foi um marco para nós. Conseguimos restaurar 600 hectares de Cerrado, valorizando o conhecimento tradicional e o protagonismo das comunidades locais, que são as verdadeiras guardiãs das sementes nativas. Este prêmio simboliza a força da união entre ciência, tradição, gestão qualificada e cuidado com a natureza”, disse.

A presidente agradeceu ainda a todos que participaram, de forma direta ou indireta, da execução do projeto. “Agradeço a todos e todas que estiveram conosco nessa jornada: coletores, técnicos, parceiros institucionais e a equipe incansável que sonhou e fez acontecer. Seguimos  juntos, com ainda mais motivação, para ampliar a restauração do Cerrado”, enfatizou.

A coordenadora do projeto, Alba Cordeiro, destacou a emoção e os desafios envolvidos na execução da iniciativa. “Foi bastante emocionante, porque esse projeto representou um salto muito grande. A gente já tinha as bases para viabilizar a recuperação em larga escala, mas precisávamos desse pulo. Foram 600 hectares restaurados, um volume expressivo de pessoas envolvidas, o que exigiu uma grande capacidade de gestão e inovação. Ao mesmo tempo que foi desafiador, nos fez amadurecer como equipe e nos preparou para os novos desafios da restauração do Cerrado”, afirmou.

Sobre o prêmio
A cerimônia teve como pano de fundo as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, e destacou iniciativas voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O selo “Goiás Sustentável”, é um reconhecimento oficial às organizações que atuam de forma efetiva em prol da conservação ambiental no território goiano.

Categorias
A categoria “Ações pelo Clima” do prêmio contempla projetos que promovem a redução de emissões de gases de efeito estufa, o uso de energias renováveis, a conservação de ecossistemas naturais e a educação ambiental. Também são reconhecidas iniciativas que aumentam a resiliência de comunidades e ecossistemas frente aos impactos climáticos, como a gestão de riscos, a adaptação no setor agrícola e o uso de tecnologias sociais.

Sobre o Projeto
Desenvolvido de novembro de 2021 a março de 2025, o Águas Cerratenses foi financiado pelo Fundo Socioambiental CAIXA e teve como foco a restauração ecológica de 600 hectares de áreas degradadas no Cerrado, utilizando sementes nativas coletadas por comunidades locais. O projeto também fortaleceu a cadeia de produção de sementes de base comunitária, promovendo geração de renda e sensibilizando proprietários rurais sobre a importância da conservação ambiental.