Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorre em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro, o Círculo dos Povos se destaca como um espaço de protagonismo e diálogo entre povos indígenas, comunidades tradicionais, afrodescendentes e agricultores familiares. A iniciativa, composta pelos ministérios dos Povos Indígenas, Igualdade Racial, Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Desenvolvimento Agrário, tem como objetivo ampliar a escuta e o reconhecimento das contribuições desses grupos nas discussões sobre a crise climática global.
Presidido pela ministra Sonia Guajajara, o Círculo dos Povos reúne a Comissão Internacional Indígena e a Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultura Familiar, esta última coordenada pela ministra Anielle Franco. O espaço, localizado na Zona Verde da COP30, simboliza um marco na integração entre políticas públicas e saberes ancestrais, reforçando a centralidade dos territórios e culturas tradicionais nas soluções para as mudanças climáticas.
A programação é extensa e diversificada, com rodas de conversa, oficinas e debates sobre justiça climática, racismo ambiental, juventudes, gênero, espiritualidade e bioeconomia. Entre os destaques estão o debate sobre “Território e Tecnologias Ancestrais” promovido por mulheres quilombolas, as experiências de juventudes indígenas e periféricas no enfrentamento da crise climática, e o ritual de abertura da COP Indígena, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Mais do que um espaço de fala, o Círculo dos Povos se propõe a ser um espaço de decisão e articulação política. Com a presença de lideranças de todo o continente americano, o ambiente reforça a mensagem de que não há justiça climática sem justiça social e sem o reconhecimento do papel histórico dos povos que protegem as florestas, os rios e o conhecimento ancestral.