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Divulgar as belezas do Cerrado para defender sua biodiversidade

Logo na apresentação do site, o LoVE Plants Cerrado já apresenta seu objetivo: "a divulgação científica de pesquisas envolvendo plantas, principalmente do Cerrado. Trata-se de um espaço para popularização da ciência e socialização de saberes visando aproximar o universo acadêmico das pessoas em geral, transpondo-se assim os muros da universidade".

Um placeholder qualquer

Letícia Jury

07 de junho de 2024

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Os pesquisadores estão cada vez mais engajados na popularização da Ciência por meio da divulgação em portais especializados e redes sociais. O objetivo é transpor os muros das universidades e mostrar à sociedade o quanto as pesquisas impactam a vida social e são fundamentais para múltiplos aspectos do cotidiano. O Baru conversou com Sabrina do Couto de Miranda, que, juntamente com Plauto Simão de Carvalho, criou o LoVE Plants Cerrado.

Ela, que é bióloga, especialista em Biologia Vegetal, mestre em Botânica, doutora em Ecologia e pós-doutora em Ciências Ambientais, e docente no PPG de Ensino de Ciência da UEG Anápolis e dos cursos de Graduação na UEG em Palmeiras de Goiás, fala sobre a importância do trabalho colaborativo e em rede, do site ser um repositório onde o público-alvo possa acessar esses materiais de forma simplificada. “Além disso, somos amantes da natureza, gostamos de fotografar paisagens naturais, plantas, insetos, a biodiversidade em geral. É uma forma de divulgar as imagens deste bioma, que possui a savana mais biodiversa do mundo.”

Letícia Jury: Como surgiu a ideia de criar o site LoVE Plants Cerrado?
Sabrina do Couto de Miranda: O "love" é de amor, encantamento pelo bioma Cerrado. Esse amor me acompanha desde a Graduação, quando iniciei meus estudos sobre a flora nativa do Cerrado. Mas também significa "Laboratório Virtual de Estudos com Plantas". A ideia do site foi minha e do professor Plauto Simão de Carvalho. Ele já nasceu de uma forma colaborativa. O professor Plauto também é docente da Universidade Estadual de Goiás. A proposta é que seja um espaço onde possamos alcançar mais pessoas, divulgar o que produzimos na universidade no âmbito dos projetos científicos, extensão e ensino.

Letícia Jury: Um repositório de saberes em plataforma online?
Sabrina do Couto de Miranda: Sim, que ali seja um repositório onde o público-alvo possa acessar esses materiais de forma simplificada. Além disso, somos amantes da natureza, gostamos de fotografar paisagens naturais, plantas, insetos, a biodiversidade em geral. É uma forma de divulgar as imagens deste bioma, que possui a savana mais biodiversa do mundo. Uma beleza que tem sido perdida por conta do desmatamento, da degradação e da conversão das áreas nativas para outros usos.

Letícia Jury: Depois do site vocês criaram a página no Instagram?
Sabrina do Couto de Miranda: Tudo começou com o site e depois veio a rede social, para divulgar para um público cada vez maior. Nosso objetivo é cativar também o grande público para que haja engajamento no intuito de preservação e conservação. Sempre com a proposta de divulgar nossos produtos acadêmicos, científicos e educacionais.

Letícia Jury: Como é a proposta para a atualização do site?
Sabrina do Couto de Miranda: Nós atualizamos o site à medida em que as produções são geradas. Recentemente, divulgamos os produtos que foram gerados no âmbito de um projeto de extensão, Residência Pedagógica, desenvolvido com licenciados de Biologia da UEG de Palmeiras de Goiás e professores e estudantes da Educação Básica do município. É possível acessar tudo que fizemos neste projeto por meio do site.

Letícia Jury: Você me disse que a proposta é popularizar ainda mais a ciência por meio do Instagram?
Sabrina do Couto de Miranda: Isso. No Instagram, temos uma parceira, a Helena, que é estudante do curso de Agronomia em Palmeiras de Goiás. Ela fará sua iniciação científica e tecnológica para gerar conteúdo digital, transpor conhecimentos, e criar conteúdo sobre papers, artigos, capítulos de livros, e relatórios técnicos, tudo traduzido para uma linguagem mais acessível ao grande público. Ela se dedicará a esse desafio e irá traduzir tudo que produzimos para o público maior do Instagram. Além disso, temos uma parceria com o Mykocosmos, que também se dedica à divulgação e popularização da Ciência sobre fungos, mantido pelo Francisco Calaça, que atualmente é pós-doutorando no PPG de Ensino de Ciências e está sob minha supervisão. Temos produzido conteúdo de forma colaborativa.

Letícia Jury: Como vocês têm mensurado os resultados da divulgação científica por meio do site e da rede social?
Sabrina do Couto de Miranda: Temos mensurado os resultados com base nas visualizações, contas atingidas e novos seguidores. Os resultados são positivos; temos percebido um aumento de visualizações no site. Fazemos esta divulgação com nossos estudantes de Graduação. Por exemplo, ministro a disciplina de ‘Frutíferas Nativas do Cerrado’ e convido os estudantes a acessar o conteúdo disponível no site para usar na própria disciplina. Trabalhamos os conteúdos também com os mestrandos e toda comunidade acadêmica.

Letícia Jury: Os objetivos têm sido atingidos?
Sabrina do Couto de Miranda: Acreditamos que sim. Estamos conseguindo mostrar o que nós, pesquisadores e cientistas, fazemos na Universidade e divulgar esse conhecimento para além dos muros. Buscamos popularizar esses conhecimentos e mostrar a relevância das universidades públicas, gratuitas e de qualidade para o desenvolvimento científico e tecnológico do nosso país.

Letícia Jury: O que impacta diretamente no envolvimento da comunidade para a defesa da preservação do Bioma Cerrado?
Sabrina do Couto de Miranda: Nós publicamos as imagens que fazemos, nossos trabalhos de campo com estudantes. Sempre fazemos fotografias dos ambientes naturais e utilizamos estes espaços para a divulgação. Nossa proposta é essa: buscar, por meio da divulgação das belezas do Cerrado, a defesa da biodiversidade. Precisamos de engajamento para sua conservação, para manter o que sobrou, já que grande parte já foi desmatada. Ainda existe uma parcela de vegetação nativa associada a uma imensa biodiversidade de animais e microrganismos que precisa ser conservada.

Letícia Jury: É um trabalho em rede!
Sabrina do Couto de Miranda: Todas as nossas pesquisas são feitas de forma colaborativa, com colegas professores, pesquisadores, estudantes da graduação, professores da educação básica e mestrandos. Acreditamos que, dessa forma, o conhecimento científico se constrói de forma ativa, colaborativa e engajada com esses múltiplos atores. Mostramos que desenvolvemos ciência de qualidade na universidade pública.




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