"Criar pontes entre o saber acadêmico e os saberes populares, entre a produção científica e os desafios reais enfrentados por comunidades do Cerrado", diz pesquisadora
A professora Milena d’Ayala Valva, do Programa de Pós-Graduação TECCER da UEG, falou ao Baru sobre a sexta edição do SETEE, que será realizada nos dias 21 e 22 de agosto, na Estação Ferroviária, no centro da cidade.
Letícia Jury
06 de agosto de 2025
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A professora Milena d’Ayala Valva, arquiteta e urbanista, que ministra as disciplinas de Dimensão Urbana no Cerrado e Turismo e Estratégias Territoriais no Cerrado Goiano, dentre outras, no Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (TECCER) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), falou ao Baru sobre a sexta edição do Seminário do Programa de Pós-Graduação Territórios e Expressões Culturais do Cerrado (SETEE), que acontece nos dias 21 e 22 de agosto, na Estação Ferroviária, região central da cidade.
Leticia Jury – Qual a importância do Seminário que vai além do encontro acadêmico e vai ao encontro da sociedade?
Milena d´Ayala Valva - A realização da sexta edição do Seminário do Programa de Pós-Graduação Territórios e Expressões Culturais do Cerrado (SETEE) representa um marco fundamental para o fortalecimento das atividades acadêmicas, científicas e extensionistas do Programa TECCER da Universidade Estadual de Goiás. Mais do que um encontro institucional, o evento se consolida como um espaço de diálogo e construção coletiva de saberes, que articula ensino, pesquisa, cultura e extensão de forma integrada e comprometida com as urgências do nosso tempo.
Leticia Jury – Para os graduandos e pós-graduandos é um espaço de compartilhamento?
Milena d´Ayala Valva -Para os acadêmicos, o SETEE oferece uma oportunidade singular de participação ativa em todas as etapas do processo, do planejamento à execução, o que promove uma vivência concreta de organização científica e produção de conhecimento. Essa imersão favorece a formação crítica e o engajamento dos discentes com temáticas e desafios atuais, estimulando o protagonismo estudantil e o pensamento interdisciplinar.
Leticia Jury – Qual a importância do seminário para os pesquisadores?
Milena d´Ayala Valva - Para os pesquisadores, o seminário propicia um ambiente fértil para a troca de experiências, consolidação de redes de colaboração e fortalecimento dos vínculos entre diferentes instituições e também da comunidade, representada pelos movimentos sociais, culturais e ambientais nos Simpósios Temáticos, ampliando o alcance e a relevância das discussões propostas.
Leticia Jury – Pode falar um pouco sobre o tema central do evento?
Milena d´Ayala Valva - O tema central do evento, “Cerrado: usos, urgências e emergências”, reflete uma preocupação premente em dar visibilidade às múltiplas pressões que incidem sobre este bioma, bem como às resistências e aos saberes que emergem dos territórios. Ao trazer essas discussões para a esfera pública, o SETEE busca romper as barreiras da universidade e contribuir diretamente para o debate social, tornando-se um instrumento de reflexão crítica e ação coletiva.
Leticia Jury – É um espaço dinâmico e plural?
Milena d´Ayala Valva -É justamente nesse ponto que reside a principal importância do evento: criar pontes entre o saber acadêmico e os saberes populares, entre a produção científica e os desafios reais enfrentados por comunidades do Cerrado. Por meio de palestras, simpósios temáticos, ,mostras culturais, apresentação de pesquisas, o seminário se configura como um espaço dinâmico e plural, que convida a sociedade a pensar junto soluções para questões urgentes ligadas ao território, à cultura, ao meio ambiente e à justiça social.
Leticia Jury – Uma das novidades é a realização em um local tão emblemático, a Estação Ferroviária?
Milena d´Ayala Valva - Esta é a primeira edição do SETEE que passa por uma ampliação, tanto em suas atividades quanto em sua forma de execução. Estaremos no centro de Anápolis, na Estação Ferroviária que é um marco histórico e cultural, inseridos na vivacidade da cidade e próximos da comunidade local. A proposta é que, a partir do próximo ano, o evento alcance uma escala nacional e quem sabe, internacional. Ressaltamos ainda que o VI SETEE conta com o reconhecimento e apoio financeiro da FAPEG, o que tem sido fundamental para sua expansão e realização.
Leticia Jury - Serão momentos de reflexão?
Milena d´Ayala Valva - O VI SETEE reafirma a importância de refletir criticamente sobre temas urgentes e complexos, oferecendo à comunidade acadêmica e à sociedade um espaço de escuta, aprendizado e ação transformadora. É um evento que pretende extrapolar os muros da universidade, conectando pesquisa e realidade social de forma profunda e significativa.