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Dia da Árvore🌳: entenda o papel da arborização urbana na manutenção do clima nas cidades

Segundo especialista, zonas urbanas arborizadas trazem vários benefícios, como regulação do microclima, menos gasto de energia elétrica e trazem mais saúde à população.

22 de setembro de 2023

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Ondas de calor em meio ao inverno, com termômetros chegando a quase 40ºC e alertas diários sendo emitidos para preparar a população. Já parou para pensar no porquê os centros urbanos sofrem cada vez mais com alterações de temperatura drásticas?

Nesta quinta-feira (21), é comemorado o Dia da Árvore, criado como uma forma de conscientizar a população sobre a importância do papel que as árvores exercem para o meio ambiente e, consequentemente, para a permanência da vida dos seres humanos.

Em entrevista ao g1, o professor de Engenharia Florestal, Demóstenes Silva Filho, que atua como pesquisador e docente na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP), explica sobre o papel das árvores dentro dos perímetros urbanos para manutenção e regulação das temperaturas.

O professor, além de aulas também trabalha na área de arborização urbana, realizando avaliações de temperatura de superfície para gerar um mapa de prioridade de locais da cidade que precisam de implementação de árvores, e conta sobre como o processo funciona.

Ele explica que, apesar de o clima estar constantemente alternando, é possível "segurar" melhor as temperaturas, caso o chamado microclima esteja bem controlado. Para isso, é preciso que haja a presença de árvores pelas cidades.

Para isso, é preciso que haja a presença de árvores pelas cidades, possibilitando que o microclima aja de maneira mais resiliente, ou seja, sendo capaz de voltar ao estado normal, de enfrentar as adversidades.

Demóstenes fala sobre a maneira na qual a vegetação e, principalmente as árvores, estão presentes e são inseridas dentro dos perímetros urbanos das cidades, utilizando espaços de maneira não tão inteligente ou que contribua efetivamente para questões climáticas.

Ele reforça a ideia de que as cidades, ao longo do tempo, vão precisar se adaptar de maneira que possam comportar árvores de maior porte, não somente árvores pequenas como geralmente são encontradas.

Para isso, seriam necessários alguns ajustes na estrutura tradicional, como a troca de fiações que cruzam as cidades e também o rebaixamento dos itens de iluminação pública, para que o tronco das árvores possa crescer. Outro ponto seria de adaptações nas calçadas, para que as raízes possam se desenvolver.

O professor informa que, uma das partes mais significantes dos trabalhos ambientais nas cidades é o de conseguir manter vivas as árvores antigas, já que essas unidades geralmente são as maiores e que fazem o maior "serviço" para o microclima.

Árvores antigas, segundo o Demóstenes, são as responsáveis por fazer mais sombras, filtrar mais poluentes e interceptar a água da chuva, conseguindo equilibrar, pelo menos um pouco, a questão das enchentes na cidades.

Passando por fenômenos de altas temperaturas e calor, chuvas e ventos, as árvores são uma forma de proteger as pessoas, segundo o professor. Não somente como forma de prevenção ou benefícios climáticos a longo prazo, mas realmente como uma barreira física para diversos fatores de riscos.

Demóstenes cita a regulação microclimática como um dos principais serviços físicos que uma árvore traz para as cidades, melhorando a umidade relativa do ar e permitindo que seja possível gastar menos com refrigeração, seja com ar condicionado ou geladeiras, que gastam mais energia quando estão em um ambiente muito quente.

Ele conta que, atualmente, há um projeto de política nacional de arborização urbana tramitando no congresso, aguardando a votação de senadores e deputados federais para que seja encaminhado, e reforça que é muito importante que a população saiba da importância da arborização, para que as cidades sejam melhores e as pessoas mais saudáveis.

*Sob supervisão de Caroline Giantomaso, do g1 Piracicaba

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