Dados do MapBiomas revelam que 77% das áreas de garimpo na Amazônia brasileira estão a menos de 500 metros de corpos d’água, como rios e lagos, conforme informações de 2022. A Amazônia concentra 92% da área garimpada no país, totalizando 241 mil hectares, dos quais 186 mil estão próximos a cursos d’água. 

Dez por cento da área de garimpo na Amazônia estão dentro de Terras Indígenas (TIs), somando 25,1 mil hectares, com destaque para as TIs Kayapó, Munduruku e Yanomami. Na TI Kayapó, 70% dos 13,79 mil hectares de garimpo estão a menos de 500 metros da água. Na TI Munduruku, essa proximidade é de 39% dos 5,46 mil hectares, e na TI Yanomami, 64% dos 3,27 mil hectares estão próximos a cursos d’água. Embora as TIs sejam áreas mais preservadas, a concentração de garimpo perto de cursos d’água é preocupante devido ao impacto na subsistência das populações indígenas e ribeirinhas.

O MapBiomas também identificou a presença de pistas de pouso em terras indígenas, com a TI Yanomami liderando com 75 pistas, seguida por Raposa Serra do Sol, Kayapó, Munduruku e Parque do Xingu. As pistas estão frequentemente próximas às áreas de garimpo, exacerbando a vulnerabilidade das TIs ao impacto ambiental. Por exemplo, na TI Yanomami, 33% das pistas estão a menos de cinco quilômetros de áreas de garimpo. A presença de pistas de pouso facilita o acesso e intensifica a pressão sobre essas áreas protegidas.

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Foto: Agência ABC