Praticamente todas as cidades brasileiras, nos últimos anos, têm se deparado com uma série de catástrofes ambientais que têm devastado diversas regiões do país. Incêndios florestais, enchentes e secas severas estão cada vez mais frequentes e colocam em risco não apenas a biodiversidade, mas também a qualidade de vida das comunidades afetadas. Nesse cenário, surge a pergunta: será que as campanhas políticas deste ano finalmente darão a devida atenção ao meio ambiente?
Historicamente, a temática ambiental tem sido negligenciada pelos políticos, relegada a um papel secundário nas campanhas eleitorais e durante seus mandatos. O meio ambiente é frequentemente resumido a iniciativas como a distribuição de mudas de árvores nativas e cuidados com praças e parques, que nem sempre são tão eficientes. Não existe um planejamento ambiental em consonância com todos os outros setores da administração pública, principalmente a gestão urbana das cidades e as estratégias de saúde pública.
A transversalidade do tema ambiental não é observada na maior parte das políticas públicas municipais. Desde a educação ambiental no ensino fundamental até as políticas de mitigação das mudanças climáticas, o tema deveria aparecer em projetos de todas as secretarias municipais de uma cidade e, claro, em todo o plano de governo a ser apresentado no momento da campanha eleitoral.
A ausência de conscientização ambiental entre os políticos que negligenciam a inclusão de políticas públicas ambientais em seus planos de governo revela uma desconexão alarmante com as urgências contemporâneas. Essa omissão não apenas perpetua a degradação dos ecossistemas, compromete a qualidade de vida nas cidades e dificulta a mitigação de eventos extremos, mas também invisibiliza os saberes tradicionais, desvaloriza as comunidades locais e a sociobiodiversidade, além de agravar problemas de saúde, como doenças respiratórias, a exemplo de asma e bronquite devido à poluição do ar; doenças transmitidas pela água, como diarreia e cólera, causadas pela contaminação de fontes hídricas; e doenças transmitidas por vetores, como dengue e malária, entre muitas outras.
A falta de iniciativas concretas para enfrentar essas questões reflete uma miopia política que ignora a interdependência entre o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população. Sem políticas ambientais eficazes, as comunidades vulneráveis são as mais prejudicadas, enfrentando desastres naturais mais frequentes e intensos, além de condições de vida cada vez mais precárias.
Agora é a hora!
É crucial que a população se mantenha vigilante e cobre dos futuros gestores o cumprimento dos compromissos assumidos durante a campanha. E se não tiver esse compromisso: não vote!
A verdadeira mudança virá quando todos os setores da sociedade reconhecerem a importância da preservação ambiental e trabalharem juntos para um futuro mais sustentável. A ausência de políticas ambientais eficazes não apenas compromete a qualidade de vida, mas também expõe as cidades e a população a riscos crescentes, como desastres naturais e doenças graves.
Políticos que ignoram essas questões perpetuam um ciclo de degradação e negligência, enquanto líderes comprometidos com a sustentabilidade podem promover um futuro mais seguro e saudável para todos. Nossa responsabilidade como eleitores é escolher candidatos que priorizem o meio ambiente, pois apenas assim garantiremos uma sociedade equilibrada e resiliente frente às adversidades climáticas e ambientais.