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Povo Kalunga: respeito e admiração!

O Quilombo Kalunga acerta, e muito, ao publicar a nota oficial que se encerra com os dizeres: “Juntos, construímos respeito, autonomia e preservamos cultura e tradições. Unidos pelo Quilombo Kalunga, seguimos firmes na defesa de nossos direitos e identidade.”

Um placeholder qualquer

Letícia Jury

03 de julho de 2024

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"Queremos ser tratados como mais do que objetos informantes ou interlocutores informantes - somos sujeitos ativos em todas as etapas.” Este trecho, retirado da ‘Nota Oficial Quilombo Kalunga: só queremos parcerias se forem com respeito e autonomia’, postado no Instagram no mês de abril, foi escrito para que todos compreendam a importância do protagonismo dos povos e saberes tradicionais.

Quando me lancei ao desafio de pesquisar o discurso da mídia sobre os povos tradicionais, juntamente com a minha orientadora de doutorado, a pesquisadora Josana Peixoto, desde o início mencionávamos a palavra: invisibilidade. Onde estão as pautas relacionadas aos desafios, conquistas, cotidiano, modos de vida, contribuições, cultura, produção, defesa ambiental das comunidades? Logo nas nossas primeiras pesquisas quantitativas, já confirmamos nossa hipótese.

Ao criar o Instagram do Baru, um fenômeno fantástico apareceu em nossa pesquisa: a quantidade de movimentos nesta rede, que nos lembra Castells (2017), em sua obra 'Redes de Indignação e Esperança', onde ele traz, dentre vários conceitos, o de que a falta de poder transformou-se em empoderamento nas redes sociais.

Não podemos incorrer no erro de citar nomes, pois poderíamos esquecer vários, já que são tantos e tão importantes. Mas é de se ressaltar o Instagram da Rede Kalunga Comunicações e ouvir o podcast KaluCast. Tive a grata satisfação de entrevistar Alcileia Torres, estudante de jornalismo, kalunga, que faz parte deste projeto.

A página da Associação Quilombola Kalunga trouxe a Nota Oficial que citei no início e que também noticiou que a Brigada do Território Kalunga está no Pantanal para reforçar as equipes do Governo Federal no combate ao fogo. A matéria, inclusive, foi destaque no Jornal O Globo.

O Quilombo Kalunga acerta, e muito, ao publicar a nota que se encerra com os dizeres: “Juntos, construímos respeito, autonomia e preservamos cultura e tradições. Unidos pelo Quilombo Kalunga, seguimos firmes na defesa de nossos direitos e identidade.”

Sinto-me feliz e honrada em poder, por meio de uma pesquisa de doutorado que relaciona o Jornalismo às Ciências Ambientais, contribuir para que o protagonismo e a visibilidade de toda a diversidade cultural e humana possam ter espaço nos grandes veículos de comunicação de massa.

Mais uma vez citando Castells (2017), a resposta mais direta (para todo este protagonismo no Instagram) é que a verdadeira transformação está ocorrendo na mentalidade das pessoas, que pensam de outra maneira, compartilham sua indignação e acalentam a esperança de mudança!

Que bom assistir a isso por meio do Instagram das comunidades. E fazer parte também, por meio do Baru! Que consigamos por meio da pesquisa de doutora contribuir com toda esta rede de indignação e esperança. 

 

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