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Estudo relaciona dengue e mudanças climáticas

O estudo "Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil", publicado no portal Scientific Reports da Nature destaca que o aumento da frequência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, tem contribuído para o aumento de casos de dengue, juntamente com a degradação ambiental, especialmente no Cerrado, que vem sofrendo com desmatamento, queimadas e conversão de florestas em pasto.

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Letícia Jury

29 de abril de 2024

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As mudanças climáticas, impulsionadas pela urbanização desordenada e grande circulação de pessoas em certas áreas, estão levando a uma expansão da dengue para regiões do interior do Brasil, conforme aponta o estudo "Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil", publicado no portal Scientific Reports da Nature e conduzido pelo pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). O aumento da frequência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, tem contribuído para esse cenário, juntamente com a degradação ambiental, especialmente no Cerrado, que vem sofrendo com desmatamento, queimadas e conversão de florestas em pasto.

Em áreas como o interior do Paraná, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, o aumento das temperaturas está se tornando quase constante, com períodos prolongados de calor acima da média durante o verão, o que favorece a transmissão da dengue tanto pelo mosquito quanto pela circulação de pessoas. Essas regiões também enfrentam um intenso desmatamento, o que contribui para a formação de ilhas de calor em cidades do Cerrado, principalmente em áreas de subúrbios e periferias com condições precárias de saneamento, dificultando o combate ao mosquito transmissor.

Utilizando técnicas de mineração de dados, o estudo analisou a relação entre anomalias térmicas, fatores demográficos e mudanças nos padrões de incidência de dengue ao longo de 21 anos (2000-2020) nas microrregiões do Brasil. Além de Barcellos, o artigo conta com a contribuição dos pesquisadores Vanderlei Matos, do Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz; e Rachel Lowe e Raquel Martins Lana, do Centro de Supercomputação de Barcelona, com o qual o Observatório mantém cooperação técnica por meio do projeto Harmonize.

*Com Fiocruz

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