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"Após a Cerrado de Pé a vida teve outro sentido para todo mundo"

Claudomiro de Almeida Cortes, atualmente diretor de Restauração da Associação Cerrado de Pé, recorda o início do trabalho com a coleta de sementes e diz que ao lado de mais de 700 coletores a preservação do Cerrado acontece e vidas são transformadas.

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Letícia Jury

07 de junho de 2024

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Claudomiro de Almeida Cortes trabalhava na agricultura familiar com o pai e os irmãos até decidir tornar-se brigadista. Inicialmente, negociou com a família para que sua atividade no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros fosse apenas durante a época da seca. No entanto, ao ser convidado pela direção do parque, acabou aceitando permanecer no local, iniciando um dos projetos mais importantes de sua vida: a restauração e preservação do Cerrado por meio do plantio de sementes.

Atualmente, como diretor de restauração da Associação Cerrado de Pé, ele trabalha ao lado de mais de 700 coletores. Durante a entrevista ao Baru (completa no link Entrevista), Claudomiro Cortes compartilhou sobre seu primeiro contato com o projeto de defesa do bioma e sua ação prática de preservação. Ele descreveu como ver incêndios de perto despertou a necessidade de restaurar áreas degradadas.

Para Claudomiro Cortes, a coleta de sementes vai além de uma fonte de renda; é uma paixão: "Nós fazemos este trabalho porque nascemos aqui e consideramos a Chapada dos Veadeiros como nossa casa. Foi aqui que nascemos e crescemos. A beleza desta chapada não tem palavras. Este lugar é a nossa casa, e estamos comprometidos em cuidar dele", enfatizou. 

A principal motivação para a criação da Associação Cerrado de Pé foi a coleta de sementes e restauração ecológica do Cerrado. Ele explicou que, ao compreender de perto a dinâmica do fogo, percebeu a necessidade da restauração, especialmente em áreas de pastagem que perdiam o controle dos incêndios. Em 2009, após um incêndio que queimou 80% do parque, Claudomiro Cortes e sua equipe montaram um experimento de restauração, plantando sementes nativas. O sucesso do experimento levou à inclusão de mais pessoas da região no projeto.

A pesquisa conduzida pelo ICMBio, em parceria com universidades, promoveu o treinamento sobre coleta de sementes nativas na região. Em 2017, essas famílias formalizaram a Associação Cerrado de Pé, que hoje conta com cerca de 700 coletores, sendo mais de 70% mulheres. Claudomiro Cortes destacou o reconhecimento crescente da importância dos coletores e o impacto positivo do trabalho na vida das famílias envolvidas. 

Durante a entrevista ao Baru, ele enfatizou que a conservação e restauração do Cerrado não são apenas uma fonte de renda, mas também uma missão de vida. Claudomiro Cortes reforçou a urgência da preservação da natureza para garantir a sobrevivência humana diante das mudanças climáticas. Ele concluiu que a Chapada dos Veadeiros é a casa deles e que estão comprometidos em cuidar dela!

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