Logo Baru Observatório

17,3 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2023. Você sabe o impacto desse número?

Além dos danos ambientais, as queimadas têm implicações diretas na vida das comunidades locais, afetando a agricultura, o abastecimento de água, e a saúde da população, que muitas vezes enfrenta problemas respiratórios devido à fumaça.

Um placeholder qualquer

04 de fevereiro de 2024

Compartilhe nas redes sociais

Dados divulgados pelo MapBiomas alertam que mais de 17,3 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2023, o que equivale a mais de 20 milhões de campos de futebol consumidos pelo fogo, afetando áreas florestais, savanas e ecossistemas únicos. Esse fenômeno não apenas coloca em risco a biodiversidade do país, mas também compromete os serviços ecossistêmicos essenciais.

Fazendo outra comparação, essa área é maior que o território de alguns estados da federação, como Acre ou Ceará. Seria como se, em um único ano, todo o território de um país como o Uruguai estivesse em chamas. O aumento em relação a 2022, quando 16,3 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo, foi de 6%. A área atingida pelo fogo no ano passado representa aproximadamente 2% do território brasileiro. Os dados estão disponíveis na plataforma Monitor do Fogo do MapBiomas.

Segundo o portal, o pico das queimadas ocorreu nos meses de setembro e outubro, com 4 milhões de hectares atingidos pelo fogo em cada mês. Apenas em dezembro, foram 1,6 milhão de hectares queimados no país - um recorde comparado aos meses de dezembro dos anos anteriores desde 2019. Esse aumento se deve principalmente às queimadas na Amazônia. No último mês de 2023, o Estado do Pará foi o território mais afetado, com 658.462 hectares consumidos pelo fogo, seguido do Maranhão (338.707 hectares) e de Roraima (146.340 hectares).

O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade, abrigando uma variedade única de espécies vegetais e animais. As queimadas indiscriminadas resultam na perda irreparável de habitats, levando à extinção de muitas espécies, algumas das quais podem ser cruciais para o equilíbrio dos ecossistemas. Além disso, as queimadas liberam grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo significativamente para o aquecimento global. Esse ciclo vicioso agrava as mudanças climáticas, impactando não apenas o Brasil, mas todo o planeta.

Outro fator importante é que as queimadas comprometem a vegetação e muitas vezes reduzem a capacidade de absorção de água do solo. Isso pode levar a mudanças nos padrões de chuva, afetando rios, aquíferos e ecossistemas aquáticos. O fogo intenso destrói a cobertura vegetal e expõe o solo à erosão, havendo risco de desertificação, prejudicando a fertilidade do solo e a capacidade de suportar a vida vegetal. Além dos danos ambientais, as queimadas têm implicações diretas na vida das comunidades locais, afetando a agricultura, o abastecimento de água e a saúde da população, que muitas vezes enfrenta problemas respiratórios devido à fumaça.

*Sobre o Monitor do Fogo: O Monitor do Fogo é o mapeamento mensal de cicatrizes de fogo para o Brasil, abrangendo o período a partir de 2019, e atualizados mensalmente. Baseado em mosaicos mensais de imagens multiespectrais do Sentinel 2 com resolução espacial de 10 metros e temporal de 5 dias. O Monitor de Fogo revela em tempo quase real a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade da destruição decorrente do fogo. Acesse o Monitor do Fogo e o Boletim Mensal de dezembro

© 2024 Baru Observatório - Alguns direitos reservados. Desenvolvido por baraus.dev.