Fonte: Jornal O Popular

A busca por soluções que reduzam a pegada de carbono da indústria cimenteira ganha mais relevância no Brasil e no mundo. Isso é fundamental para o concreto continuar promovendo o desenvolvimento humano e atender à demanda por moradia e infraestrutura em todo o planeta. Afinal, esse é o segundo produto mais consumido no mundo depois da água.

O fato do setor da construção corresponder a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial também mostra a sua relevância econômica, mas é preciso encontrar alternativas para a fabricação de cimento gerar menos impactos ambientais. Atualmente, 7% de todo o CO2 emitido no planeta é proveniente da produção de cimento.

Aqui no Brasil, é de 2,6% e isso é devido, em grande parte, às iniciativas de sustentabilidade implementadas pelas indústrias cimenteiras no país. Nesse sentido, um marco significativo foi a criação do Roadmap Tecnológico do Cimento, uma iniciativa do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), para colaborar e somar esforços para mitigar as emissões da indústria nacional. A meta é reduzir em 35% as emissões da indústria até 2050.

Em âmbito global, uma iniciativa histórica foi o lançamento da Ambição Climática de Concreto de Carbono Neutro 2050 pela Associação Global de Cimento e Concreto (GCCA). A declaração, que está alinhada às metas do Acordo de Paris, é derivada dos compromissos já estabelecidos e do progresso das ações das empresas associadas à GCCA e suas signatárias, como a Votorantim Cimentos.

Um documento público que resume as iniciativas para reduzir o impacto ambiental na indústria é a publicação dos nossos Compromissos em Sustentabilidade para 2030, que envolvem práticas ambientais, sociais e de governança, dentro do conceito ESG, e alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Por meio desses Compromissos, a Votorantim Cimentos substitui combustíveis fósseis por alternativos nos fornos de cimento, evitando que materiais que não seriam reciclados acabem em aterros, além de promover a economia circular. De forma global, nosso objetivo de descarbonização é de atingir 475 kg de CO2 por tonelada de cimento até 2030.

A meta é 8,7% menor que a anunciada nos nossos Compromissos, que era de 520 kg de CO2 por tonelada de cimento. A nova meta foi aprovada pelo SBTi (Science Based Target initiative, em português “metas baseadas na ciência”) e representa uma redução de 24,8% em relação ao ano base de 2018.

Produzir concreto carbono neutro até 2050 é uma meta ambiciosa. Temos uma longa jornada até lá, mas é um passo necessário. O combate aos efeitos negativos das mudanças climáticas está no centro das nossas estratégias e seguimos comprometidos em liderar mudanças rumo a um futuro mais responsável ambientalmente.

Ações concretas (sem trocadilhos) como as que estamos implementando são vitais para criar um futuro mais sustentável para a indústria da construção e gerar impacto positivo para o planeta como um todo.

*Engenheiro mecânico e pós-graduado em Gestão de Negócios