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Rio Grande do Sul ainda vai viver muitos eventos extremos, dizem cientistas brasileiras que colaboraram com IPCC

Em um relatório publicado em 2023, os especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontaram pela primeira vez uma relação entre as fortes precipitações observadas na região que engloba o Rio Grande do Sul desde a década de 1950 e as alterações climáticas provocadas pela ação humana.

27 de maio de 2024

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Segundo matéria publicada pelo G1, em um relatório de 2023, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) identificou pela primeira vez uma ligação entre as fortes chuvas no Rio Grande do Sul desde a década de 1950 e as mudanças climáticas causadas pela ação humana. A vice-presidente do IPCC até julho de 2023, Thelma Krug, afirmou que as recentes tragédias no Estado reforçam essa relação, indicando que a influência humana contribui para esses eventos extremos.

Krug destacou que a ciência da atribuição climática, que analisa o impacto da atividade humana em fenômenos específicos, ainda é recente, mas as evidências do IPCC sugerem que eventos de precipitações fortes podem se tornar mais frequentes. Mercedes Bustamante, professora da UnB e colaboradora do IPCC, concorda que há fortes indícios de que as mudanças climáticas antrópicas influenciam as chuvas intensas que recentemente causaram 83 mortes e afetaram 345 municípios gaúchos.

A ecologista Mercedes Bustamante acrescenta que o Rio Grande do Sul sempre foi uma região de encontro entre sistemas tropicais e polares, gerando um padrão de períodos alternados de chuvas intensas e secas. Ela alerta que essa alternância tende a continuar, mas com eventos cada vez mais intensos devido às mudanças climáticas.

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