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Mudanças climáticas já impactam a saúde, afirmam especialistas

As mudanças climáticas já têm impacto sobre a saúde humana. A relação é apontada por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), que destacam os efeitos da intensa onda de calor que atingiu países da Europa, Ásia e América do Norte. Além dos recordes de altas temperaturas registrados em julho, que já é o mês mais quente da história do planeta, segundo o observatório europeu Copernicus.

21 de agosto de 2023

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As mudanças climáticas já têm impacto sobre a saúde humana. A relação é apontada por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), que destacam os efeitos da intensa onda de calor que atingiu países da Europa, Ásia e América do Norte. Além dos recordes de altas temperaturas registrados em julho, que já é o mês mais quente da história do planeta, segundo o observatório europeu Copernicus.

O professor do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP, Paulo Artaxo, explicou o fenômeno das mudanças climáticas. “A atmosfera terrestre está ficando com uma quantidade maior de energia e uma das maneiras do sistema climático dissipar essa energia é através do aumento de eventos climáticos extremos”.

Já é notório que as mudanças climáticas não afetam somente a natureza, mas também a saúde. É possível notar pela qualidade do ar que respiramos, da água que bebemos e das sensações térmicas a que estamos submetidos. Paulo Saldiva, professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, contou que a associação entre saúde e mudança climática é necessária para a sociedade mudar comportamentos. 

Ebulição global

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse em julho que o aquecimento global acabou e que o mundo entrou na era da ‘ebulição global’. Guterres argumenta que o corte das emissões de gases do efeito estufa, o combate ao desmatamento e a preservação da biodiversidade precisam ser urgentemente.

“As consequências são claras e trágicas: crianças arrastadas pelas chuvas das monções; famílias fugindo das chamas; trabalhadores desmaiando no calor escaldante”, reforçou Guterres.

Paulo Saldiva apontou que as reações biológicas aos efeitos das mudanças climáticas são diferentes para cada país. Cada região terá que conseguir uma zona de conforto e um preparo térmico específico que varia de acordo com suas próprias características. O professor destacou que cada cidade do mundo tem sua temperatura ideal de quente e frio.

“Nova York, por exemplo, está mais preparada para o frio do que para o calor. Existe também um processo de aclimatização dentro do mesmo país; em São Paulo, o desconforto térmico começa quando a temperatura sobe de 26 graus, que é a zona de perfeito conforto para Teresina”, contou.

Saúde

Os especialistas alertaram para as dificuldades do ser humano se adaptar às condições climáticas extremas, cada vez mais comuns em todas as partes do globo. Diante disso, a predisposição do nosso corpo é adoecer, com problemas de saúde como hipotermia e hipertermia.

No entanto, os profissionais explicaram que as pessoas morrem por causas naturais decorrentes de complicações dos problemas associados entre saúde e mudanças climáticas. Algumas dessas complicações  são as questões cardíacas ocasionadas pela sobrecarga do coração e a insuficiência renal provocada pela desidratação.

Helena Ribeiro, professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP, argumenta que os grupos mais vulneráveis, idosos, pessoas com comorbidades, mulheres grávidas e crianças, são os que mais sofrem com os problemas de saúde. A professora também pontuou a existência de uma “injustiça climática”.

“Em termos sociais, frequentemente pessoas de menor renda são as mais afetadas, pois moram em áreas de maior risco de enchentes e deslizamentos, mais poluídas e com menor arborização urbana”, afirmou.

*Com informações do Jornal da USP

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