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Bahia tem 2ª maior população indígena do Brasil e mais de 90% dela vive fora de territórios étnicos

Entre as capitais brasileiras, Salvador é vice-líder no número de habitantes indígenas, mas fica em 4º lugar no ranking geral de municípios brasileiros. Dados são do Censo do IBGE de 2022.

28 de setembro de 2023

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A Bahia tem a 2ª maior população indígena do Brasil, estimada em 229.103 pessoas. Os dados foram recenseados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, e divulgados nesta segunda-feira (7).

O total representa um percentual de 1,62% da população baiana, estimada em 14.136.417 pessoas. O estado fica atrás apenas do Amazonas, que tem os maiores territórios indígenas do país e chega a 490.854 pessoas.

Na Bahia, foram mapeadas 134 localidades indígenas em 39 municípios, de um total de 417 cidades. O fato de haver um número relativamente pequeno de municípios com localidades indígenas não significa que as demais não tenham habitantes deste grupo étnico.

Segundo o IBGE, apenas 7,51% dos indígenas moram em localidades indígenas, definidos como os seguintes territórios:

A maioria absoluta dos indígenas na Bahia vive fora das terras oficialmente delimitadas: 92,49%. O alto percentual não significa que estes habitantes vivam exclusivamente no contexto urbano, mas apontam que eles não estão, predominantemente, nas localidades indígenas descritas acima.

Das 50 maiores cidades com população indígena do país, apenas três são baianas: Salvador, Porto Seguro e Ilhéus. A capital, inclusive é o quarto maior município brasileiro em moradores indígenas, ficando na vice liderança no ranking de capitais, atrás apenas de Manaus, capital do Amazonas.

Toda a população indígena de Salvador, recenseada em 27.740 pessoas, vive fora dos territórios indígenas. Das 10 cidades mais habitadas da Bahia, seis aparecem na lista de maiores populações indígenas. Veja em detalhes:

Exceto em Salvador, as posições no ranking de maiores populações indígenas não se refletem na lista de municípios mais populosos. Exemplo: Feira de Santana é segunda cidade mais habitada da Bahia, com 616.279 habitantes. No recorte de população indígena, no entanto, cai para 6ª lugar.

Em apenas seis dos 417 municípios baianos não foram contabilizadas pessoas indígenas, são eles: Cordeiros (com população total de 7.546 habitantes), Malhada (15.398), Piripá (9.152), São José do Jacuípe (10.187), Saubara (11.438) e Sebastião Laranjeiras (9.360). Ao todo, 203 têm menos de 100 habitantes indígenas.

Sete cidades contabilizaram apenas um morador indígena: Coronel João Sá, Itaquara, Iuiu, Jiquiriçá, Lajedinho, Teodoro Sampaio, Wanderley. Outras oito registraram duas pessoas indígenas, cada uma: Érico Cardoso, Ichu, Matina, Milagres, Morpará, Muniz Ferreira, Nova Ibiá e Várzea do Poço.

O IBGE mudou a metodologia de recenseamento de indígenas entre os censos de 2010 e 2022, o que possibilitou um alcance maior de pessoas pertencentes aos povos originários em todo o Brasil, gerando uma alta brusca nos números absolutos, em várias localidades brasileiras, incluindo a Bahia.

Em 2010, por exemplo, o estado baiano havia contabilizado 60.120 indígenas, um volume 281% menor do que o do Censo 2022. Assim, não é possível comparar os dados de 2022 com 2010, para estabelecer parâmetros de crescimento demográfico destes habitantes, porque o aumento expressivo é um reflexo da mudança do escopo da pesquisa, comprometendo a contagem de novos indígenas.

Explicando:

Esta pequena mudança fez a contabilização da população indígena aumentar, uma vez que toda afirmação de cor ou raça é auto declaratória, ou seja, feita pela própria pessoa. Outro fator que ajudou foi a ampla participação dos povos originários na pesquisa do Censo 2022.

A população indígena teve taxa de não-resposta de 1,7% – um percentual menor em comparação com a população geral, que foi de 4,3%. Para concluir o censo dos povos originárias, o IBGE contou com a ajuda de guias comunitários, intérpretes e institucionais.

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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