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Um levantamento da Lupa revelou que 90,17% dos municípios analisados já decretaram situação de emergência ou estado de calamidade entre 2013 e 2023, devido a chuvas e eventos correlacionados, como deslizamentos. Esses 303 municípios emitiram um total de 953 decretos nesse período, sendo 267 apenas no ano passado, o que corresponde a cerca de 28% do total. O aumento drástico no número de decretos em 2023 coincide com as enchentes causadas por um ciclone que deixaram 54 mortos, sendo considerado o pior desastre natural da história do Rio Grande do Sul até então, após uma diminuição nos decretos entre 2018 e 2022.

Além disso, os dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional mostram que o número de municípios atualmente em situação de emergência ou calamidade é ainda maior do que em 2023. Desde janeiro, ao menos 395 municípios foram atingidos por chuvas e estão sob efeito de decretos, sendo 336 por enchentes e 59 por tempestades. Vale ressaltar que os dados consideram apenas desastres causados por chuvas e eventos associados, excluindo incêndios, estiagem, doenças infecciosas virais e infestações de animais, e que alguns desastres, como deslizamentos, podem ter outras origens.

Por fim, a análise dos decretos mostra que o número de situações de calamidade pública é significativamente menor do que o de situações de emergência, com 65 e 882 decretos, respectivamente. A magnitude da tragédia enfrentada atualmente pelos gaúchos fica evidente ao comparar o total de cidades em calamidade pública (395) com o somatório dos casos registrados entre 2013 e 2023, que foi muito menor.

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